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Você está preparado para o aprendizado de línguas?

Domingos de Mello Aymone Filho

Desde os anos 90, o ambiente empresarial vem sendo marcado por uma busca incessante de competitividade com o objetivo de sobrevivência e de crescimento, o que resulta em mudanças econômicas e desenvolvimento tecnológico. Provocando também, que a dinâmica das empresas e dos negócios, busque novos caminhos de desenvolvimento.

Esta situação de constante ebulição é a essência da teoria de Fredy Kofman: a Metamanagement - definida como a transcendência e a integração entre a equipe profissional de uma instituição, num ambiente onde todos trabalham em conjunto. Em outras palavras, é como no futebol. Um jogador tem que saber jogar bem tanto para o time, quanto ser hábil para inovar e tentar, por si só, resolver as coisas.

Essa ebulição do ambiente empresarial fez surgir organizações com características que privilegiam a capacidade de aprendizado, tão necessária para a adaptação da nova realidade que se coloca diante de nós e das organizações que fazemos parte. Tornando imperativo alinhar a área que trata da gestão de pessoas nas organizações, com a estratégia empresarial das mesmas.

Kofman define o alcance da sua teoria como sendo muito mais profundo que o simples gerenciamento de pessoas, pois auxilia a maneira de fazer acontecer as coisas e no modo como as pessoas passam a ser protagonistas e não apenas vítimas da sociedade, como devem relacionar-se de maneira ampla em todos os níveis da empresa, tendo voz ativa e decisiva, não sendo somente um número ou um funcionário sem valor.

Ao tomar contato com essa nova teoria, o ser humano imerso no mercado de trabalho pode sentir-se aliviado e ao mesmo tempo intrigado, com questionamentos que o levam a ponderar: realmente surgiu uma nova visão para a gestão de pessoas, que não significará apenas repetir velhas receitas com novas roupas, mas sim construir algo novo? Ou ainda, nas palavras de Antonio França, quando questiona em seu artigo: "O que estamos fazendo? Carregando pedras ou construindo uma bela catedral? O que fazemos na organização para a qual fornecemos nosso tempo, nossa experiência, nossa dedicação?".

Mas o que é Metamanagement então? Será tão somente uma palavra composta pelo prefixo grego meta - para além de, transcendente; e pelo substantivo inglês management - derivado do verbo "to manage": conduzir? Ou ainda, poderá ser definida apenas como sendo um conjunto de ferramentas para integrar a vida ética ao êxito econômico?

Metamanagement parece ser é mais. É mais do que um neologismo que pretende descrever uma nova disciplina para o desenvolvimento da consciência e da melhora das interações humanas nas organizações. Pois, também representa o desejo de ir além, ocupando-se daquilo que está nas origens ou na raiz do management e naquilo que está nos objetivos ou na finalidade dele.

De acordo com Kofman, a Metamanagement é voltada às grandes companhias, porque elas detêm o poder de agregar valor rapidamente. Porém, o processo também pode ser desenvolvido em pequenas e médias empresas com sucesso, mas enfrenta resistências. "O maior problema para incursão desse conceito nas organizações é a natureza do ser humano, que não tem a postura de receber e avaliar visões de outros. As pessoas usam a filosofia de vítima e a equipe fica bloqueada a mudanças e idéias", diz. Mas isso, ainda segundo o autor, não é motivo para preocupação, pois o nível cultural influencia, mas não determina o sucesso da teoria, já que muitos funcionários chegam a ser mais capacitados que os próprios chefes.

Já para França, "toda a realização empresarial de porte só se torna realidade quando temos os dois ingredientes básicos: visão consistente e operação idem. O líder enxerga a catedral, chama os especialistas que detalham os projetos e os adaptam ao possível e, a seguir, chama o pessoal da produção para trabalhar, carregar pedras, construir a catedral. Mas, como o líder continua em sua interminável tarefa de imaginar, de visualizar, de olhar lá na frente, chama pessoas experientes e comunicativas em suas áreas de atuação, e as define como os gestores'".

Os gestores cuidarão para que a visão torne-se realidade contínua nos custos, na qualidade, nos prazos, nas inovações etc. Para que tudo ocorra da melhor maneira e para que os problemas típicos das longas caminhadas sejam resolvidos de modo inteligente, é preciso que todos saibam o que estão fazendo e porque estão fazendo o que fazem. Assim, líderes, gestores e colaboradores precisam ter a mesma visão (a idéia da catedral), conhecer a mesma missão, mas também trabalhar cada um na sua área de modo efetivo, com eficiência (procedimentos corretos), com eficácia (resultados alcançados) e efetividade (concretização do objetivo).

Para isso, precisamos ter as pessoas certas nos lugares certos a cada momento da organização: pessoal treinado em sintonia com as lideranças e com o perfil adequado para a função que exerce. E, principalmente, com liberdade para: compartilhar idéias, fazer críticas construtivas, sugerir melhorias no trabalho e trazer inovações relevantes à finalidade da organização.

Para Kofman, o novo papel das organizações é o de ser o espaço para o desenvolvimento integral - mente, coração, corpo e espírito - dos seres humanos. Mas, para se ter esse desenvolvimento integral é necessário incentivar a comunicação entre as pessoas, pois através dela, com um diálogo produtivo, as lideranças terão novos caminhos para a prática do entendimento.

As respostas que buscamos através das ferramentas de gestão, como a Metamenagement, pode ser caracterizada através das palavras de França: "na verdade, carregamos pedras e construímos uma bela catedral... Fazemos as duas coisas. Uma sem a outra não nos leva a lugar algum".